quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Meu coração.


E o mundo todo gira novamente. Realmente dei uma reviravolta na minha vida “literalmente de 360°”.
Mudei tudo e agora volto ao mesmo lugar de onde parti. Sabe aquela historia de que as pessoas que nunca te deixa é FAMILIA?
Fato, isso é verdade, mas de uma forma não realmente horrível eu os deixei, mas estou voltando. Você vive a sua vida tem presa de conhecer coisas novas de crescer e acaba se esquecendo que um dia simplesmente pode sim ser o ultimo dia. Lembro-me sempre da frase (o sentindo é mais importante que a velocidade).
Notei-me que estava fazendo pessoas que me amam se perder e assim nem me dei contar que já tinha me perdido. Vivendo 3 meses sem muito nexo. Fazendo de conta que estava tudo bem, que a saudade não doía tanto. Mas a ficha caiu ate que vi que o coração de alguém já não batia tão fortemente quanto antes. Deixando a medicina de lado, prefiro acreditar que esse breve infarto e esse retardo no coração é apenas a falta que faço. Decidi voltar e ver seu coração bater como antes. Assim tenho forças para manter o meu em ritmo perfeito, ao seu lado e nos dando vida por anos a fio. Que a minha felicidade é do seu lado, por que você sou eu por inteira, defeitos e qualidades, fazendo assim aos meus olhos a mulher mais linda do meu universo.

Mãe eu te amo!

sábado, 21 de agosto de 2010

Mãe.


Hoje sem saber por que fui me perguntar o que era a palavra mãe...
Logo cheguei à conclusão de que mãe é uma palavra tão pequena assim como “céu”, mas também tão grande como ele...
Na ciência mãe é aquela que leva uma nova vida em seu ventre. Mas eu já tive tantas mães. Tenho aquela na qual sou eu por inteira a que me fez vida. Aquela que cuidou de mim nos dias em que a mãe foi ausência “quando na ordem do dia trabalhava”. Aquela que me carregava pra cima e para baixo, a mãe que me levava para encontrar a “mamãe” no trabalho, aquela que fazia macarrão de parafuso com carne. Aquela que me dava “chiclete” escondido. Aquela que falava que se eu não comece, eu sumiria de tanta magreza “por isso sempre fui à bolinha”. A que falava que se eu colocasse o cabelo por trás da orelha eu voaria com orelhas de abana. Na falta de uma irmã tive outra mãe. Irmã que sempre foi mais mãe do que irmã, sempre me berando para que não caísse, sempre dizendo horas e lugares que pode e não pode. Conheci outras mães que não era as minhas. Conheci as mães que batiam quando os filhos estavam fazendo algo errado, sem nem contar o porque que o pobre garoto estava apanhando. Conheci também as mães que se pareciam irmãs, que não se preocupavam em saber com quem, onde, quando e porque os filhos estavam saindo, e nem faziam questão de falar para os filhos voltarem antes de anoitecer. Apenas diziam – Leve a chave...
Às vezes penso que por essas mães os filhos vivem uma coisa meio que sem limite, tentando assim fazer coisas perigosas para chamar atenção de alguma forma, para pelo menos uma fez na vida ouvir. – Ta ficando louco garoto, não é assim, se te acontecer algo eu morro. “Levam aquele esporro cabuloso”, mas só queriam perceber que as responsáveis por suas vidas se preocupam. Conheci também aquelas mães que preferem não bater, mas tem uma boa conversa olho no olho e uma voz firma e autoritaria sobre o momento. E enche as crias de perguntas como.
- Porque fez isso?
- O que estava passando na sua cabeça?
- O que você quer da vida?
- Você tem noção do que esta fazendo comigo?
- Você pensou nas conseqüências?
- Se sentiu bem fazendo isso?
- Você está feliz?
- Olha pra mim eu ainda não terminei! Está me entendendo?
Háaaaaaaaaa elas falam tanto que talvez eles estejam ouvindo, mas entender eles já entenderam faz tempo.
- Mãe nem precisa de muitas palavras. Sabemos bem o que querem dizer com um olhar apenas.
Às vezes vejo na Tv aquelas historias tristes de mães que matam e abandonam os filhos em qualquer lugar, como qualquer coisa. Não consigo nem tentar entender tamanha falta de amor. Penso porque que elas têm a saudade em ter um filho? Filho é parte às vezes inteiro. Uma pessoa capaz de abandonar ou ate mesmo matar, acho que nunca vou entender “tamanha frieza, monstruosidade”.
Também tem as mães que acham que filhos são para ser sempre seu. Mas isso é fato ninguém tira filho de mãe, ele vai ser sempre seu, em qualquer lugar... Certa vez disse para minha mãe, que era chegada a hora de partir, sair de suas asas e criar as minhas. O tempo dela escolher com que roupa eu sairia já tinha passado, o tempo em que ela cortava minha carne e me dava em colheres para conseguir levar comida ate o boca já tinha ficado pra trás. A vida tinha passado a ser minha, asas crescendo, aprendendo a voar, mas como todo passarinho, entre vôos rasantes e empolgantes, a sempre aquela queda. Uma asa pode quebrar, mas é só esperar para voar novamente, a sensação de ser livre é boa de mais para se cansar ... Quero ser um pássaro sem definição, definir é limitar. A vida ate onde se viver assim como o céu não tem limites. Cabe você saber se é bom ou ruim.
Mãe que é mãe deixa passarinho voar, para uma hora voltar e ouvir seu filho dizer quantas coisas bonitas viu e aprendeu. Logo com os olhos radiantes de coisas novas ele vai dizer. Obrigada por me emprestar a vida assim. Quem ama deixa livre. Quando se prende sufoca... Quando a coisa começa a fugir do controle, não fuja apenas ame livremente e ame com tudo que pode. Pessoas vão te julgar, criticar por deixar sua cria tão solta assim. Mas você o conhecer melhor que ninguém, e ele sabe de você mas do que todos, vocês se entendem, se olham, sentem, e estão sempre presentes mesmo na distância. Ele sabe que você vai estar sempre onde ele precisar... Mãe quer filho pra ser feliz. Filho às vezes erra, Mas mãe é tudo de maior que existe na vida. Mãe é aquela mulher mais linda.
Quando minha mãe notou que eu gostava mais do vazio que do cheio. Sem perguntar nada conseguiu entender que pra mim o vazio era maior que o infinito. – Peguei uma folha em branco, escrevi no cantinho da folha “isso tudo que passa alem da folha e de todo resto é amor”. Bem pequeno escrevi. Eu te amo.

- Se eu escrevesse, Eu Te Amo do tamanho da folha, eu não ficaria satisfeita, pois as bordas me davam limite. E limite é uma palavra que não cabe dentro do meu amor.

terça-feira, 13 de julho de 2010

A a Z.

... Ou como, de Caymmi, a moça prosa
E a musa inspiradora Doralice;
Se me surgisse uma moça dessas.
Confesso que eu talvez não resistisse;
Mas, veja bem, meu bem, minha querida;
Isso seria só por uma vez,
Uma vez só em toda a minha vida!
Ou talvez duas... mas não mais que três...

Só você...
Mais que tudo é só você;
Só você...
As coisas mais queridas você é:

Você pra mim é o sol da minha noite;
É como a rosa, luz de Pixinguinha;
É como a estrela pura aparecida,
A estrela a refulgir, do Poetinha;
Você, ó flor, é como a nuvem calma
No céu da alma de Luiz Vieira;
Você é como a luz do sol da vida
De Steve Wonder, ó minha parceira.

Você é pra mim e o meu amor,
Crescendo como mato em campos vastos,
Mais que a gatinha para Erasmo Carlos;
Mais que a cigana pra Ronaldo bastos;
Mais que a divina dama pra Cartola;
Que a domna pra Ventadorn, Bernart;
Que a honey baby pra Waly Salomão
E a funny valentine pra Lorenz Hart.

Só você,
Mais que tudo e todas, é só você;
Só você,
Que é todas elas juntas num só ser.



- A musica é imensa, a letra é muito boa, vale a pela ser conhecida... Espero que goste! (Todas elas juntas num só ser) LENINE.

http://letras.terra.com.br/lenine/122735/


Ana Laura Zani...

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Sufoco.


Eu fiquei com medo. Eu senti dor, sufoco, desespero, agonia, adrenalina, raiva, dó, saudade, culpa, o nada e o tudo, cheia e vazia, eu senti alivio.
Tudo começa porque sou eu, porque se não fosse não teria sido o que foi. Eu não respondia apenas ouvia. Mas hoje foi diferente. O caos veio à tona por causa de um leite no lugar errado. A princípio era como antes, eu calada e ele não parava de falar, no fundo eu sabia que como todas as vezes ele queria que eu gritasse e falasse algo. E coisa que nunca tinha acontecido, aconteceu. Eu discuti, eu gritei, coloquei a cara a tapa, eu fiquei rouca. Eu gelava de medo por pensar que o machucaria, e travava meus dentes todas as vezes que ele voltava a falar, a raiva aumentava, ele não me deixava, atormentava minha mente com insultos, ele me torturava verbalmente, ele fez um jogo sem perceber. Falava em tom abusivo, criticava, me julgava e ao mesmo tempo, em questão de segundos me mimava. Eu não agüentei. Disse que precisava sair. Sem pensar muito, ele deu alguns passos e voltou como se não tivesse controle de si. Trancou-me, disse que de casa eu não sairia. Com as coisas prontas, fiz tudo que ele pediu. Mas não estava bom. Ele queria me manter ocupada para não sair. Ele me perseguia. Tudo que queria era fica só (sem ele). Eu ia pro quarto ele ia atrás, eu sentava ele sentava, eu ia para sala de TV ele também ia.
Um sufoco, uma agonia sem fim. Fiquei com medo de sair e pensar que ele poderia passar mal. Então resolvi avisar.
- Olha. Eu ia sair sem falar nada, mas nem sei como se sentiria então estou avisando que eu PRECISO dar uma volta.
Já era de se esperar, ele disse que iria onde eu fosse. Eu impaciente sentei no sofá e ele veio. –“Onde você for eu vou. Sou parte de você. Eu estou em você.”.
Fiquei com mais medo ainda. Ele parecia obcecando por mim. Era como se morresse se me perdesse de vista por segundos. Eu era seu coração batendo ali, naquela hora.
Eu estava desesperada, não parava de chorar. Eu estava me matando por dentro para não matá-lo.
As palavras parecem fortes demais às vezes. Mas realmente era isso mesmo que estava acontecendo. Eu não agüentei mais. Esperei ele se virar e ir até a cozinha. Peguei a mochila onde tinha tudo que precisava. Não podia esquecer meus fones. Abri o portão silenciosamente e rápido. Era uma adrenalina estranha, eu estava apenas saindo de casa para dar uma volta e não fugindo da polícia. Mas ele me prendia...
Corri sem olhar para trás um dois quarteirões. Quando parei, notei um sorriso saindo de mim, era parecido com alívio, eu sentia o vento frio e o sol me aquecia. Eu andei alguns minutos, me sentei na grama. Ainda estava cansada e triste, me deitei. Fiquei ali por volta de 1 hora e meia. A música e a saudade que sinto dela me preenchia. Fazia-me sorrir. Como na infância, sentada diante o sol, eu podia ver meus cílios dourados e grandes. Eu não sentia vontade de voltar para casa, eu não queria conversar com ninguém. Eu não queria olhar para ele...
Encontrei minha mãe pelo caminho, com os olhos inchados de chorar e sem voz para conversar, ela disse: - Fica aqui perto de mim.
Eu então voltei para casa e ele estava ali com um ar de arrependido e ao mesmo tempo como se não tivesse acontecido nada. Talvez assim seja melhor para todos. Desespero da hora, esquecimento do tempo.

-Eu tentei te ligar.

Ana Laura Zani.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Minha saudade Grita.


Naquela sala tão vazia eu podia sentir sua presença. Sentada em sua poltrona de couro preta, era possível ver suas pernas mexendo ansiosa em ver uma coisa que tanto amava.
Eu escutei seu coração bater forte na mesma batida dos tambores tribais.
África do sul cheia de gente e eu aqui, cheia de saudade.
Lembro-me que você sempre se perguntava se estaria aqui na próxima copa. Hoje sabemos que era tudo que queríamos.
Agora você estaria encantada com as cores e musicas, mas entediada ao ouvir tantos discursos e sem paciência para tentar entender o que estão dizendo. E sem pensar duas vezes, balançaria a cabeça e diria: - Eu já sei tudo isso que ele está falando. Ele é um bestão!
Sempre pedia uma bandeira, talvez compraríamos agora.
Com as mãos abertas para dar sorte, ver a rede balançar e BRASIL poder gritar.
Quando o perigo de ataque na defesa chegar às mãos ela ira fechar para bola desviar.
- Agora sentada aqui fora as lagrimas tomaram conta da sala, com os olhos embaçados já não posso enxergar. Sua paz no vento me acalma.
Que comece o jogo, que a vida é curta e breve e ELA QUER VER GOL!



Ana Laura Zani

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Na falta de Luzia Zani.


Sinto a falta de uma parte de mim. Era tão presente, hoje tão distante. – Vó cadê meus cachos?
Era toda a minha proteção. Era grande. Mesmo aos 18 me colocou no colo, me deu amor, e toda força que precisei quando pensei que ninguém mais me ajudaria. A simples frase foi. – Eu te amo do jeito que você é. Assim ela se fez em mim! Brigava quando eu dormia demais, sempre perguntava se eu estava doente. E se não estava, ela dizia que ficaria, por ficar no computador até tarde. Era minha falta de medo que a protegia quando relâmpagos caiam, quando ventava demais, quando chovia, e quando a noite chegava e parte dela ainda não estava (Catarina, Ana Laura e Ana Carolina). Sem perder o controle, ela mantinha as coisas em ordem.
Hora para chegar, dormir, comer era obrigatório. Na falta que me faz, o dia vira noite e noite vira dia, não sinto sono, comer já não faz diferença. Hoje sem chorar a tempos, senti medo... A fixa caiu e você não está aqui! Não sei como pode, nos últimos dias. E me parecia tão tranqüila, tão calma,... Era claro de mais. Claro que ela já sabia que era chegada sua hora...
- Vó como é andar de ambulância? Quando eu andei estava desmaiada.
- Ah!!! Balança muito, quase passei mal!
Assim fiquei calada. Sempre tentando fazer um sorriso sair dali.
- Sua boca está machucada? Esta doendo?
- É, esta ferida. Acho que preciso passar um batom.
Sem ninguém entender eu não parava de rir. Que engraçado você querer usar batom, 18 anos seguidos e nunca tinha visto a palavra “batom” suar tão bem em sua boca. (Ela não gostava)
- Vóooooooooo me conta. O medico é bonito?
- Ah!! é sim, mas ele tem a calça rasgada, a cueca dele é azul. Como pode um médico bonito desses usar calça rasgada? E ele é casado com a médica, ela é linda!
- É mesmo vó?
Assim na esperança dos dias, se fez virada de ano, começo e fim!
Tão agonizante, em casa sozinha. Tudo me parecia normal. Liguei, conversei com todos, inclusive com ela. Mandou-me beijos e disse que estava voltando para casa. Sem pensar eu disse.
- Tô te esperando.
Quando amanheceu o telefone tocou... Uma voz desesperada que me perguntava o que estava acontecendo. Quando na verdade quem deveria perguntar por que tamanho desespero, era eu!
Disse que estava tudo bem, e minha vó estava voltando.
O telefone desligou.
Minutos depois alguém bate na minha porta. Pensei que era a funcionária... Era cedo de mais, não poderia ser ela. Eu estava sozinha. Levantei... Era ela. Não, não era minha vó. Era a mulher quem trazia a notícia... De que minha vó teria “descansado”...
(risos) meu corpo não agüenta minha mente não acompanha. Pediram-me calma. Calma pra que? Eu ainda não tinha entendido o que estava acontecendo. Ela entrou, sentou, o relógio voltou a rodar novamente eu comecei a entender. Eu precisava ser forte e achar meu vô. Sabiam que isso não era para mim. Então realmente eu precisava dar uma volta... Não durou nem 2 minutos e não dei nem 5 passos, eu não conseguia mandar em minhas pernas.
No desespero da hora, me perguntava, onde estava minha calma? Minha mãe liga e fala: Ela ainda esta aqui comigo, fica calma, seja forte e ela está linda, foi tranqüila. Eu podia ouvir a respiração ofegante da minha mãe ao segurar o choro.
Não foi nada fácil contar para o homem, com qual vivera 65 anos ao lado de alguém que acabava de partir. Viajem eterna... Ele não acreditava, era preciso ver para crer.
Em carros diferentes tomamos rumos diferentes... Chegamos ao mesmo lugar, horas depois. Com o mesmo intuito: “despedir”.
E foi isso que aconteceu. Seria tenso demais se eu relatasse como foi para mim. Sei que foi cruel o que o tempo fez comigo.
Ninguém pergunta se ainda tinha passos para dar ao lado dela que eu tanto amava, se minha vida estava entrelaçada com aquela que o tempo acabou de me arrancar. Ela vem te arranca, e se não esta preparada o problema é todo seu, por que ela nada sente. É incapaz de perceber que precisamos de mais alguns instantes. Eu queria sentir aquele cheiro por mais algumas horas, o som daquela voz.
Mesmo achando injusto, mesmo achando cedo demais.
Nada mais pode ser feito.

Ó meu pai do céu, limpe tudo aí
Vai chegar a rainha
Precisando dormir
Quando ela chegar
Tu me faças um favor:
Dê um batom a ela, que ela me benze onde eu for...

Penso que deveria ser proibido vó e mãe morrerem. Mas um dia vou ser mãe e avó; e vou pensar que é proibido filhos morrerem... Então aceitando que siga a ordem natural das coisas. Nada mais, nada menos. Cada um no seu tempo...

Amor é para sempre. Te amo. Obrigada...




Ana Laura Zani